“Em Goiânia me sinto mais segura e amparada”, diz Joelma

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“Em Goiânia me sinto mais segura e amparada”, diz Joelma

Em entrevista ao POPULAR, a cantora paraense, que agora está morando em Goiânia, também conta se perdoou ex-marido e companheiro de banda, Ximbinha

A cantora Joelma está radiante com o novo endereço. Há cerca de dois meses, a artista deixou Recife (PE) e se mudou para Goiânia, onde mora em um condomínio de luxo e é vizinha do cantor Leonardo. A ex-vocalista da Banda Calypso escolheu a cidade por uma questão logística e também por gostar da “tranquilidade” daqui. “É uma capital que tem gostinho de interior ainda e como fui criada em interior, sentia falta disso e agora estou completa”, comentou ela, em entrevista ao POPULAR. No bate-papo, Joelma falou também sobre os dois anos de carreira solo, a parceria com Marília Mendonça e da relação com Ximbinha. Confira.

Por que você decidiu morar em Goiânia?

Sempre gostei da cidade e como meu trabalho foi ficando bastante direcionado para a cidade eu estava por aqui com muita frequência. Hoje eu sou dona da minha carreira e fechei minha agenda com o escritório do Amado Batista em São Paulo. Enfim, acabou sendo algo natural vir para Goiânia e bem melhor por conta da logística e também porque tenho muitos fã-clubes pela região.

O que você está achando de Goiânia?

Maravilhosa. Já gostava muito daqui e estava namorando Goiânia faz tempo. É uma capital que tem gostinho de interior ainda e como fui criada em interior sentia falta disso e agora estou completa. Eu não sou muito de sair, sou caseira. Vou muito na igreja, sou evangélica desde a Calypso. Aqui me sinto mais segura e amparada.

Como é ser vizinha do Leonardo?

Somos amigos há muitos anos e o Leonardo me recebeu com muito carinho. Eu morei dez anos em São Paulo e não tinha essa amizade toda com o pessoal porque eu viajava muito e aqui eu tenho mais amigos que lá.

Como surgiu a parceria com o cantor Zé Felipe, filho do Leonardo, na faixa Se Vira Aí?

Conheço ele desde pequeno e queria uma coisa diferente na música. Ele fez total diferença na letra. Hoje eu o vejo como um artista internacional. Ele tem um talento incrível.

Você pensa em gravar alguma canção sertaneja?

Eu penso em misturar, como sempre fiz. Acabei de fazer isso com a Marília Mendonça, quando coloquei um pouco de sanfona na música com ela para lembrar um pouco do ritmo de Goiás. Fiquei feliz pelo resultado. Misturar vou fazer sempre. Agora, embarcar de vez, acho que não, apesar de gostar muito do sertanejo raiz.

Como foi gravar a música Perdeu a Razão com a Marília Mendonça?

Conheço a Marília há muito tempo. A gente tem uma ligação de amizade antiga. Ela fez música para o meu primeiro disco solo lançado em 2016. Quando surgiu a música com um tema tão forte eu só poderia gravar com ela porque ela já tinha levantado essa bandeira e o resultado ficou maravilhoso.

Perdeu a Razão fala sobre violência doméstica. É um tema que você sempre vai levantar nos seus próximos discos?

Algo permanente não. É algo que vivi e resolvi aceitar. Eu não procurei a música, ela me procurou. Essa canção me ajudou muito a tirar aquele peso que achava que não tinha mais dentro de mim. Quando fui gravar e chegou no refrão chorei muito porque lembrava da cena do meu pai batendo na minha mãe. Aquilo me aliviou. Eu senti uma paz grande. Espero que as pessoas que passaram por isso de alguma forma, que essa letra possa fazer a mesma coisa de acalmar a alma.

Você perdoou seu pai?

Perdoei porque eu tinha um sentimento muito ruim por ele. Eu tinha uma revolta grande. Ninguém gosta de ver a sua mãe sendo espancada. Liguei para ele e pedi perdão. Eu não sinto mais dor, claro que o coração não esquece. Hoje a gente se fala por telefone, mas não o vejo pessoalmente desde os 8 anos.

Perdoou o Ximbinha?

Perdoei. Eu falo para as pessoas para não confundirem perdoar com voltar e perdoar com confiar. Isso nunca. Você tem que perdoar qualquer ser humano e perdoar si próprio se você quiser ser feliz de verdade porque se você guardar esse sentimento não vai ter uma vida de paz. Tem mulher que separa e não consegue superar porque não perdoa e fica presa ao passado.

Quando surgiu a Calypso com aquela febre muitos outros conjuntos tocavam o mesmo gênero. No entanto, depois, as bandas sumiram. Como você analisa isso?

Quando um ritmo está em alta muitas pessoas querem surfar na mesma onda. A Calypso foi o reflexo de uma escola que eu participei durante muitos anos em Belém do Pará onde sempre fazíamos o ritmo carimbó e quando eu virei cantora entrei numa banda que tinha uma sonoridade que a gente passava por toda nossa cultura. Tudo que aprendi eu coloquei na Calypso. Então, era muita verdade e tinha muito de mim dentro da banda. Os outros vieram logo em seguida porque deu certo e não porque tinham aquilo dentro de si.

Que lembrança você guarda da Calypso?

De trabalho mesmo. Eu passava três meses para montar todas as coreografias, figurinos e ensaios. Era eu que passava pessoalmente para todos os dançarinos. Cheguei a fazer 11 shows por semana. O meu lazer era dormir. Trabalhei dez anos sem tirar férias. Eu não faço mais isso e não aconselho ninguém a fazer. Não vale a pena. Eu perdi a minha saúde, fiquei debilitada demais, mas hoje a adquiri de volta. O médico me disse: “ou para ou morre”. Eu perdi toda gordura do meu corpo. Ele me disse que uma gripe me mataria. Hoje não quero trabalhar tanto como naquela época. A minha meta é de sexta a domingo. Eu quero ter vida.

Qual avaliação você faz desses dois anos de carreira solo?

Estou me fortalecendo cada vez mais e me sinto muito mais segura porque no início eu estava meio que com as pernas meio bambas, ainda estava sendo conduzida e me segurando em outras pessoas. Hoje estou segura e posso caminhar com minhas próprias pernas. Eu nunca imaginei fazer carreira solo, isso nunca passou por minha cabeça.

Por quê?

Por que eu tinha um elo que eu achei que era inquebrável. Mas quando tomei a decisão de romper eu sabia que era para sempre. Eu tinha essa certeza e tive que embarcar em algo em que nunca me vi. Fiquei um pouco insegura, mas tinha certeza que chegaria lá e hoje me sinto segura e mais feliz.

Como você lida com o novo momento do mercado?

O negócio está mudando o tempo todo. Hoje quase não se grava mais disco, apenas singles divulgados na internet para o pessoal comprar. Eu acho que as horas do CD estão contadas. Daqui a pouco não tem mais não.

Que sonho você quer realizar com a carreira solo?

Com a Calypso eu sonhava muito pequeno. O meu sonho era vender 10 mil cópias e conseguimos vender quase 20 milhões. Sempre agradeci muito a Deus porque me deu além do que sonhei e imaginei. Não tenho que pedir nada, apenas agradecer. O meu sonho é ver os meus filhos formados e realizados.

Fonte: O Popular

2018-05-02T11:00:53-03:00 2 de maio de 2018|

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